Contos de Janeiro

A Lua de Janeiro

  Há muitos, muitos anos, quando o mês de Janeiro chegou à Floresta Verde, os animais começaram a ficar impacientes. Estavam fartos de noites tão longas! E por mais que o Mocho sabichão lhes explicasse que os dias já haviam começado a crescer, sentiam-se inconsoláveis! — Não falta muito...

Os Magos que não chegaram a Belém

  Há sempre os que conseguem e os outros. Os que ficam pelo caminho. Com os magos aconteceu o mesmo. Só três – os reis Baltasar, Melchior e Gaspar – chegaram a Belém e deixaram os seus presentes, de ouro, incenso e mirra, aos pés do Menino. Mas os magos, sacerdotes que estudavam o céu e os...

O Quarto Rei Mago

Aníbal também viu a estrela. Como Belchior, Gaspar e Baltazar, soube imediatamente que alguma coisa importante se passava. Procurou nos livros e descobriu que aquela estrela anunciava o nascimento do Salvador. Então, Aníbal pegou nas três pérolas mais belas do seu tesouro para as levar ao Menino. E...

Contos de Fevereiro

O anjinho que queimou a asa

   Era um anjinho muito bonito e sensato. Mas tinha  um problema: queria voar até ao sol. Certa manhã, levantou-se ao mesmo tempo que o astro-rei e suspirou. Como gostaria de o abraçar! — Meu Deus, que bonito que é o sol! Brilha tanto! — Brilha mas queima—disse a mãe. Contudo, o...

A Sara tem um coração pesado

  A Sara tinha um coração pesado. Ela levava-o para todo o lado. Para o autocarro. Para a escola. Para o recreio. Levava-o sempre, até quando andava de bicicleta. Não era fácil dormir com um coração tão pesado…

O pequeno vampiro apaixonado

  Numa noite de lua cheia, ao sair para o escuro, como sempre fazia para não ser visto, o pequeno vampiro encontrou uma menina vestida de cor-de-rosa a sair de uma casa. Era noite de Natal. A menina tinha os olhos radiantes de felicidade como todas as crianças naquela noite. Trazia o seu mais...

Tens namorada Jerónimo?

  Ainda sou uma criança. O que não significa que seja um bebé. Bebé é a minha irmã Rosa, que ainda não sabe andar nem falar, e que faz xixi nas fraldas. Uma coisa é ser-se criança, outra é ser-se bebé. Gosto de ir ao mercado com os meus pais. Paramos numa e noutra banca a fazer compras.

Os perigos da Internet

 Um dia, o lobo mau acordou de muito mau humor e cheio de fome. Um lobo gentil teria, sem dúvida, tentado encontrar trabalho para ganhar dinheiro e comprar comida. Mas este lobo não estava para se maçar. Queria fazer algo de mais espectacular na sua vida do que apanhar o metro e ter um...

A guerra do telemóvel

Diana e Clara eram amigas inseparáveis, até terem telemóvel. Há já algum tempo que Clara se orgulhava de ter um telemóvel. Um tio deu-lho quando fez doze anos e, desde então, os pais carregam-lhe cinco euros por semana, para poder mandar mensagens aos amigos. Por isso, Diana saltou de alegria no...

Contos de Março

A Cor dos Telhados

Manuela não compreendia: na escola diziam-lhe que os telhados das casas se pintavam de vermelho, mas não era essa a cor que tinham os telhados da sua aldeia. Todos os telhados das casas eram pretos, da cor do carvão. Não compreendia por que razão tinha de pintar de verde as folhas das...

O Caçador de Borboletas

Vladimir recebeu muitas prendas no Natal, entre livros, discos, legos, jogos de computador, mas gostou sobretudo do equipamento para caçar borboletas. O equipamento incluía uma rede, um frasco de vidro, algodão, éter, uma caixa de madeira com o fundo de cortiça, e alfinetes coloridos. O pai...

A Manta das Histórias

A pequena aldeia onde Babba Zarrah vivia ficava situada nas montanhas cobertas de neve. Babba Zarrah tinha uma manta das histórias, na qual as crianças adoravam sentar-se a ouvi-la.  Certo dia, enquanto contava uma história, a velhinha reparou que o sapato de Nicolai tinha um buraco. Depois de...

Contos de Abril

Qual é o sabor da lua?

  Há já muito tempo que os animais queriam descobrir o sabor da lua. Seria doce ou salgada? Todos queriam provar um bocadinho. À noite, olhavam o céu, ansiosos. Esforçavam-se por apanhá-la, esticando o pescoço, as pernas e os braços. Porém, os seus esforços eram em vão,  e nem o animal...

Contos de Maio

A mentira tem perna curta

 Costuma-se dizer que as mentiras têm pernas curtas, cabeça de pêra, pescoço comprido, corpo coberto de pêlos e os olhos tortos, que são grandes e metediças ou pequenas e mal- -educadas. — Depende — pensava Adalgisa com os seus botões. — Podem ser isso tudo e muito mais! Ela era uma...

O dia em que a Terra ficou surda

Em 2550, os carros tinham-se tornado tão velozes que sulcavam os céus como foguetões. Os aspiradores funcionavam sozinhos à distância, graças a um telecomando especial, e os frigoríficos falavam: “A manteiga está rançosa, os brócolos estão velhos. Comprar iogurtes, por favor.” Quando os enchíamos...

Contos de Junho

A mentira tem perna curta

Costuma-se dizer que as mentiras têm pernas curtas, cabeça de pêra, pescoço comprido, corpo coberto de pêlos e os olhos tortos, que são grandes e metediças ou pequenas e mal- -educadas. — Depende — pensava Adalgisa com os seus botões. — Podem ser isso tudo e muito mais! Ela era uma...

Contos de setembro

Os três astronautas

Era uma vez a Terra. E era uma vez Marte. Ficavam muito longe um do outro, no meio do céu, e à volta havia milhões de planetas e de galáxias. Os homens que estavam na Terra queriam ir a Marte e aos outros planetas: mas estavam tão longe! Porém não descansaram. Primeiro lançaram satélites...

A história da rosa

Sabes, meu filho, não há rosas sem espinhos. Pois é, concordei eu. Mas nem sempre foi assim. Sabias? Isso já não, confessei. É verdade meu filho, tempos havidos, as rosas não tinham espinhos, como qualquer outra flor. A velhota despertara-me a curiosidade. Queres saber o que se passou...

Contos de outubro

Uma guloseima para a Noite das Bruxas

O saco das guloseimas estava pronto e sentia-me ansiosa por ver chegar as crianças marotas. Mas, na manhã da Noite das Bruxas tive um ataque de artrite muito forte e, à tardinha, mal me conseguia mexer. Como sabia que ia ser difícil atender todas as vezes que batessem à porta, decidi deixar o...

A ovelhinha que veio para o jantar

― Oh não! OUTRA VEZ sopa de legumes! ― queixou-se o lobo, que já era velhinho. ― Quem me dera ter uma ovelhinha aqui à mesa. Fazia já um belo ensopado de borrego! Eis senão quando… TRUZ! TRUZ! Quem batia à porta era uma linda ovelhinha! ― Posso entrar? ― perguntou ela. ― Claro, minha...

A pequena fada do pomar

Era Verão. Lia estivera toda a manhã a brincar no pomar dos avós. Pensou em tudo o que tinha feito: oito mergulhos na piscina, um passeio enorme de bicicleta, uma caça ao tesouro com os primos. Tinha comprado pão na padaria, leite na leitaria e enchido um cesto de framboesas. Bocejou. E se...

Contos de novembro

A árvore que falava

Lá longe, muito longe… bem no coração da savana, vivia uma árvore maior e mais velha do que qualquer outra. Sob a sua corcha abrigava toda a sabedoria de África. Junto ao seu tronco, por entre as altas ervas, a leoa espiava o antílope ou a zebra que se tinham afastado do grupo… E, como era a...

a escadaria das fadas

Mohamed Ben Tahir foi um dos emires que governaram a formosa cidade espanhola de Valência na época em que pertencia aos mouros. Era um homem de meia-idade, moreno e de olhos profundos, usava um turbante e vestia um albornoz branco. O emir tinha uma filha chamada Aixa, uma jovem de grande...

E se a lua pudesse falar ...

Um par de sapatos debaixo da cadeira. Uma grande janela aberta. A luz do dia despede‑se.   E se a Lua pudesse falar… … contaria histórias da noite que desliza furtiva pela floresta, e de uma lagartixa que se apressa a ir para casa jantar.   Alguém murmura uma canção....

Contos de dezembro

Uma prenda para o Menino Jesus

Lea já está cansada de ser sempre a mais pequena. O seu irmão, Natan, que já é grande, esse tem direito a fazer muitas coisas na hospedaria de Belém. Mas sempre que ela quer ser útil, respondem-lhe: – Deixa lá, Lea, ainda és muito pequenina para fazeres isso! Empoleirada nos seus quatro anos,...

A manhã do dia de Natal

Rob tinha quinze anos e vivia numa quinta. Todas as madrugadas se arrastava para fora da cama para ajudar a mungir. Às vezes, sentia que o esforço era demasiado. Rob gostava do pai. Não sabia até que ponto, quando um dia, um pouco antes do Natal, ouviu o pai a dizer à mãe: ― Mary, custa-me...