A manhã do dia de Natal

A manhã do dia de Natal

Rob tinha quinze anos e vivia numa quinta. Todas as madrugadas se arrastava para fora da cama para ajudar a mungir. Às vezes, sentia que o esforço era demasiado.

Rob gostava do pai. Não sabia até que ponto, quando um dia, um pouco antes do Natal, ouviu o pai a dizer à mãe:

― Mary, custa-me muito chamar o Rob de manhã. Ele está a crescer muito depressa e precisa de dormir. Gostava de conseguir desembaraçar-me sozinho.

― Mas não consegues, Adam.

A voz da mãe era determinada.

― Eu sei ― disse o pai lentamente ― mas a verdade é que me custa mesmo ter de o chamar.

Ao ouvir estas palavras, Rob sentiu algo a mexer dentro dele: o pai amava-o! Nunca antes pensara nisso. Passou a levantar-se mais depressa. O sono fazia-o tropeçar e vestia a roupa com os olhos bem fechados. Mas, mesmo assim, levantava-se.

Na véspera de Natal do ano em que fazia quinze anos, estava deitado a olhar pela janela do sótão e a desejar ter um melhor presente para o pai do que uma gravata de dez cêntimos comprada na loja.

Lá fora, as estrelas brilhavam, e havia uma em particular que lhe parecia ser a Estrela de Belém.

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