A gatinha da Antónia desapareceu. Não estava em cima da árvore, nem na caleira da água, nem por debaixo da tábua de passar.
– Se calhar anda à caça na cave – sugeriu a mãe.
– De certeza que está a dormir no sótão – disse o pai.
– Será que foi para o céu? – perguntou-se a avó, preocupada.
– Vou procurá-la – disse a Antónia. – Se calhar aconteceu-lhe alguma coisa. E os amigos não se abandonam.
Só que na cave havia apenas bicicletas e, no sótão, sobretudo pó. A gatinha continuava desaparecida.
– Então vou procurá-la no céu – decidiu Antónia.
E pôs-se a caminho.
Antónia passou por uma cabeça no ar e perguntou-lhe:
– Sabes onde está a minha gata?
A cabeça estava com muita pressa para chegar a casa e nem olhou para Antónia.
– Mal-educada – resmungou ela, continuando a andar.
Pouco depois, encontrou o polidor do sol ocupado a puxar o lustro a um raio de sol embaciado. Ele acenou-lhe com o pano do pó.
– Ah! Visitas, que bom! – exclamou alegremente. – Aproxima-te, minha filha!