O dia em que a Terra ficou surda

O dia em que a Terra ficou surda

Em 2550, os carros tinham-se tornado tão velozes que sulcavam os céus como foguetões. Os aspiradores funcionavam sozinhos à distância, graças a um telecomando especial, e os frigoríficos falavam: “A manteiga está rançosa, os brócolos estão velhos. Comprar iogurtes, por favor.” Quando os enchíamos de novo, cantavam árias de ópera.

Os telemóveis tinham-se tornado tão pequenos que cabiam nos ouvidos e bastava estalar os dedos para os ligar. Todas as famílias dispunham de uma dúzia de robôs que faziam tudo em casa: arrumar, encerar, fazer os deveres. A vida tinha-se tornado muito facilitada e havia mais tempo. Contudo, um problema enorme persistia: o barulho.

 

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